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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Sem Partidos , pró-legal com o doutor!

Eu nunca me filiei a nenhum partido. Prá mim, aderir a qualquer doutrina é terceirizar sua autonomia intelectual. Digo isso com todo respeito a quem se entendeu de forma diferente com alguma instituição desta natureza. Se filiar a um partido não significa, necessariamente, aderir a uma doutrina. Mas comigo nunca pareceu atraente aderir a qualquer forma de sistematização de posturas e ideias. Sempre me identifiquei com a ideia de ascensão das classes oprimidas ao poder constituído nos termos disso que formalmente chamamos democracia. Porém, a dita "democracia" nunca me enganou. Vivemos uma Lobbycracia e o período importantíssimo para o aperfeiçoamento da cidadania pós-diatadura declarada foi enormemente beneficiado pela chamada "militância de esquerda" da qual eu participava ativamente. O PT e o Lula prestaram grandes serviços e grandes desserviços ao país. O governo Dilma tem muitos méritos mas é um vexame em vários aspectos. Vivemos um limbo pós desilusão. O importante é entender que o SISTEMA precisa mudar. Eu não vejo essa clareza em figuras caricatas de intelectuais de vanguarda como Lobão, Arnaldo Jabor e cia... Nadar conforme a maré, prá aderir à revolta da moda, eu nunca fiz.
O Lobão já foi alguém que eu admirei e não admiro mais, Porém, as coisas que ele fez que eu admirei, eu ainda admiro. Lobão é um cara sensível e guerreiro, que cometeu o equivoco de colecionar rancores ao longo de sua honrosa história de batalhas. O rancor ocupa muito espaço de processamento cerebral e gera loops de feedforward que fazem o cérebro ficar reverberando a ativação de circuitos dedicados à agressão e ao planejamento do mau. Isso ocupa tempo e espaço da maquinaria cerebral. A raiva devorou a inteligência e a sensibilidade do Lobão. Infelizmente, Lobão esqueceu a força dos corações psicodélicos na amargura das noites solitárias de chuva lá fora. Ser diferente é difícil, sentir frio e manter a ternura, não é fácil. Mas pode ser feito. Infelizmente, coragem prá nadar contra a corrente é uma atitude desgastante, mas não é pretexto para aposentá-la e garantir a penção com essa postura ridícula de Rei Momo desnutrido deste carnaval venal de sandices neo-retrógradas que tomou conta da mídia e de boa parte da juventude brasileira.




Renato Malcher é Mestre em Biologia Molecular pela Universidade de Brasilia, doutor (Ph.D) em Neurociências pela Universidade Tulane (New Orleans, EUA), Fez Pós-Doutorado em Neurofisiologia Celular na Escola Politécnica de Lausanne- Suiça e em Bioquímica Analítica, na EMBRAPA. É professor adjunto do Departamento de Fisiologia da Universidade de Brasília e primeiro autor do livro "Maconha, Cérebro e Saúde" escrito em colaboração com Sidarta Ribeiro.



Vídeos com Dr.Renato Malcher
Folha - Debate sobre a Legalização da Maconha
3a1 - Maconha em debate
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